segunda-feira, julho 23

Como Escrever um Poema (Parte 02)




“Como escrever um poema?”

Aqui estou eu de novo, com mais algumas dicas para escreveres o teu poema e as de hoje, tal como mencionei na publicação anterior, estão ligadas ao poema com rima e métrica e à finalização do mesmo.
Espero que as minhas primeiras dicas te tenham ajudado de alguma forma… Então, conseguiste escrever um poema? Qual foi o tema que escolheste? E qual foi a composição poética que selecionaste para o efeito? Lembro-me que foi aqui que ficamos… Existem muitos, como os sonetos, as epopeias, os haicais, os poemas livres, etc.
Podes escolher aquele que quiseres, apenas deves ter em conta as suas características.
Vamos então às últimas dicas para escreveres o teu poema.😉

  • Utiliza imagens ou descrições concretas.
Sim, eu já mencionei isto na minha publicação anterior, mas os cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – são um meio viável para descrever as emoções do poeta, mas não só as emoções, e era aqui que eu queria chegar. Normalmente, existem imagens ou descrições nos poemas e a utilização dos cinco sentidos não deve ser deixada de lado. Para descreveres um bolo, por exemplo, podes utilizar a visão, o olfato, o tato e o paladar – a tua descrição irá ter maior impacto e principalmente, fara o leitor sentir como se fosse ele a visualizar e a provar o bolo.
  • Lê poemas clássicos.
Sim! Eu sei que já disse isto, mas acredito que nunca é demais repetir. Ler poemas com métrica e rima irá ajudar-te nas tuas criações literárias. Os clássicos são os mais viáveis. Acredita em mim… E boa leitura!
  • Faz uma lista com rimas perfeitas e rimas imperfeitas.
Pode parecer uma tarefa bastante enfadonha, mas depois vais agradecer-me.
A rima corresponde ao som que cada palavra produz e a junção desses sons, sejam eles iguais, parecidos ou parciais, chama-se rima. É como juntar “viver” com “comer”. Fazer uma lista com estas palavras irá não só facilitar a tua escrita como também irá ajudar-te com o vocabulário. E a prática da rima também fará com que os versos apareçam na tua mente como por “magia”.
Mas se pensas que esta tarefa será fácil, digo-te já que não passa nem perto disso, pois quando começares com as rimas imperfeitas, aquelas em que somente as vogais rimam, vais compreender que nem tudo são rosas. «Ó, eu prefiro as rimas perfeitas!» – Sim, ninguém te vai obrigar do contrário, mas quero que saibas que nem sempre irás encontrar as palavras certas para o contexto do teu poema se seguires apenas as rimas perfeitas, haverá momentos em que nenhuma se encaixará no teu poema. Podes saber mais sobre a rima aqui.
  • Faz uma outra lista, mas agora com rimas relacionadas com o tema do teu poema.
Não, não estou a ser repetitiva… Esta é uma outra lista que ao contrário da outra, irá ajudar-te a escrever o poema em questão – depois de escolheres o tema do teu poema, pega num papel e escreve várias palavras relacionadas a ele, e procura em seguida palavras que rimem com elas, mas claro, também relacionadas com o tema que escolheste. Tema: amor – coração, paixão, saudade, lealdade, amor, calor, sensibilidade, igualdade, entre outras.
  • Escolhe um esquema de rima.
Ao escreveres o teu poema, a rima pode criar-se sem qualquer intervenção tua, ou seja, sem que ao menos tenhas escolhido um esquema de rima, mas se pretendes escrever o teu poema seguindo um esquema específico, aconselho-te a estuda-los e a escolheres aquele que mais se adapta ao teu poema e a ti, claro.
O esquema a-b-a-b é o mais conhecido e o mais utilizado, mas existem outros. Podes encontra-los aqui.
  • Tem atenção ao número de sílabas métricas de cada verso.
Quando escreveres o teu poema, lembra-te da medida do verso, um elemento tão importante quanto a rima. A medida do verso corresponde ao número de sílabas métricas que cada verso possui – as sílabas métricas e as sílabas gramaticais são coisas totalmente diferentes e podes verificar isso aqui – e para as contares deves conhecer as regras que estudaste na escola – vais encontra-las no mesmo link citado acima.
Podes até estar a dizer algo do tipo «Basta rimar, para quê ter tanto trabalho?», mas acredita em mim, a medida do verso não existe para complicar a vida a ninguém, ela possui algumas funções importantes e uma delas é para que o ritmo do poema flua naturalmente. Se os versos possuírem tamanhos diferentes, principalmente se forem muito desiguais, acredita, não haverá um ritmo natural.
  • Cuidado com a sonoridade do poema.
Sonoridade, o som do poema… Algo imprescindível na poesia, já que o poema é para ser recitado, e não simplesmente lido! É através do som que o poeta é capaz de passar ao leitor os seus pensamentos e emoções, e às vezes o poema é tão bom que parece que ouvimos o chorar ou o bater do coração do poeta. Tudo isto tem um responsável, o som do poema.
Quando estiveres a criar o teu poema tenta compreender e imaginar como é que o som irá ficar. A linguagem utilizada e o som das palavras devem fundir-se e criar uma imagem e/ou um sentimento no leitor. Algo tão incrível quanto isso!
  • Diverte-te com as palavras do poema.
A arte não segue regras, segue instinto, amor e principalmente, a verdadeira essência do artista. Quando estiveres a escrever o teu poema, brinca com as palavras, ou seja, diverte-te a fazer jogos com elas, e quando falo de jogos, falo em repetir sons, algumas letras dentro de duas ou mais palavras e tudo mais que te lembrares. A escrita não é e nem deve ser uma tortura, e sim o resultado da soma do divertimento com a paixão por ela. Conheces aquela lengalenga do rato? É mais ou menos isso – “O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia (…)”.
  • Lê o poema em voz alta.
Depois de escreveres o teu poema, começa a parte mais importante da sua criação, a revisão. Aconselho-te a ler o poema em voz alta, de forma a apontares trechos estranhos ou palavras que te soem inadequadas ao conceito do poema ou que precisam de ser eliminadas. O ritmo do poema deve ser deixado para depois.
Podes também ler o poema para outras pessoas e perguntar-lhes o que acharam – lembra-te, a opinião dos outros pode ser levada em conta sempre que quiseres, mas o poema é teu e tu é que sabes.
  • Se possível, participa de grupos de escrita criativa.
Às vezes pode parecer impossível, mas acredita que não o é, pois com o avanço das tecnologias só não participa quem não quer. No facebook encontrarás muitos grupos ligados à escrita criativa, e uns só para a poesia. Num grupo destes conseguirás tirar as tuas dúvidas, dividir opiniões e vivencias e até ajudar outros escritores como tu, que precisam de uma pequena ajuda. Sê humilde e respeita as opiniões dos outros, e mesmo que sejam negativas, tenta ver o lado positivo delas, pois são elas que nos ajudam a ver os nossos erros e a crescer como escritores.
  • Verifica o teu poema.
Depois de leres e releres o teu poema, e receberes algumas opiniões construtivas de outras pessoas, é hora de fazer uma outra revisão, uma mais minuciosa e completa. Não hesites em cortar aquilo que estiver a mais ou que não fará qualquer falta, trocar palavras ou expressões mal escolhidas ou que pareçam confusas ao conceito do poema, rever a concordância do texto, o ritmo e se o tema e o objetivo vão de encontro com o que anteriormente delineaste.
  • Foge das regras fixas (extra).
Por mais divertido que seja em criar um poema com rima e métrica, pode ser que mais tarde aches um pouco monótono, por ser sempre a mesma coisa. Não faz mal nenhum fugir um pouco destas regras… Somos seres humanos e muitas vezes criamos uma obra tão rotineira que nem nos apercebemos. Um bom poema é aquele que segue o nosso objetivo, transmitindo a nossa mensagem ao mundo de forma única e original, onde nunca poderia ser passada de uma outra maneira – sim, isto é um pouco difícil, mas não custa nada tentar.
A poesia é um mar sem fundo, onde todos os anos se descobre algo novo.


Bem, por hoje é tudo.
Espero ter-te ajudado de alguma forma. 😉
Se tiveres alguma dúvida deixa-a nos comentários.

Um abraço e até à próxima.


Borboleta Voadora
😊😊😊

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