“Como escrever um poema?”
Aqui
estou eu de novo, com mais algumas dicas para escreveres o teu poema e as de hoje, tal como mencionei
na publicação anterior, estão ligadas ao poema com rima e métrica e à
finalização do mesmo.
Espero
que as minhas primeiras dicas te tenham ajudado de alguma forma… Então,
conseguiste escrever um poema? Qual foi o tema que escolheste? E qual foi a
composição poética que selecionaste para o efeito? Lembro-me que foi aqui que
ficamos… Existem muitos, como os sonetos,
as epopeias, os haicais, os poemas
livres, etc.
Podes
escolher aquele que quiseres, apenas deves ter em conta as suas
características.
Vamos então às últimas dicas para escreveres o teu poema.😉
Vamos então às últimas dicas para escreveres o teu poema.😉
- Utiliza imagens ou descrições concretas.
Sim, eu já mencionei isto na minha publicação
anterior, mas os cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – são
um meio viável para descrever as emoções do poeta, mas não só as emoções, e era
aqui que eu queria chegar. Normalmente, existem imagens ou descrições nos
poemas e a utilização dos cinco sentidos não deve ser deixada de lado. Para
descreveres um bolo, por exemplo, podes utilizar a visão, o olfato, o tato e o
paladar – a tua descrição irá ter maior impacto e principalmente, fara o leitor
sentir como se fosse ele a visualizar e a provar o bolo.
- Lê poemas clássicos.
Sim! Eu sei que já disse isto, mas acredito
que nunca é demais repetir. Ler poemas com métrica
e rima irá ajudar-te nas tuas criações literárias. Os clássicos são os mais
viáveis. Acredita em mim… E boa leitura!
- Faz uma lista com rimas perfeitas e rimas imperfeitas.
Pode parecer uma tarefa bastante enfadonha,
mas depois vais agradecer-me.
A rima corresponde ao som que cada palavra
produz e a junção desses sons, sejam eles iguais, parecidos ou parciais,
chama-se rima. É como juntar “viver”
com “comer”. Fazer uma lista com
estas palavras irá não só facilitar a tua escrita como também irá ajudar-te com
o vocabulário. E a prática da rima também fará com que os versos apareçam na
tua mente como por “magia”.
Mas se pensas que esta tarefa será fácil,
digo-te já que não passa nem perto disso, pois quando começares com as rimas
imperfeitas, aquelas em que somente as vogais rimam, vais compreender que nem
tudo são rosas. «Ó, eu prefiro as rimas
perfeitas!» – Sim, ninguém te vai obrigar do contrário, mas quero que
saibas que nem sempre irás encontrar as palavras certas para o contexto do teu
poema se seguires apenas as rimas perfeitas, haverá momentos em que nenhuma se
encaixará no teu poema. Podes saber mais sobre a rima aqui.
- Faz uma outra lista, mas agora com rimas relacionadas com o tema do teu poema.
Não, não estou a ser repetitiva… Esta é uma
outra lista que ao contrário da outra, irá ajudar-te a escrever o poema em
questão – depois de escolheres o tema do teu poema, pega num papel e escreve várias
palavras relacionadas a ele, e procura em seguida palavras que rimem com elas,
mas claro, também relacionadas com o tema que escolheste. Tema: amor – coração,
paixão, saudade, lealdade, amor, calor, sensibilidade, igualdade, entre outras.
- Escolhe um esquema de rima.
Ao escreveres o teu poema, a rima pode criar-se
sem qualquer intervenção tua, ou seja, sem que ao menos tenhas escolhido um
esquema de rima, mas se pretendes escrever o teu poema seguindo um esquema específico,
aconselho-te a estuda-los e a escolheres aquele que mais se adapta ao teu poema
e a ti, claro.
O esquema a-b-a-b
é o mais conhecido e o mais utilizado, mas existem outros. Podes encontra-los aqui.
- Tem atenção ao número de sílabas métricas de cada verso.
Quando escreveres o teu poema, lembra-te da
medida do verso, um elemento tão importante quanto a rima. A medida do verso
corresponde ao número de sílabas métricas que cada verso possui – as sílabas
métricas e as sílabas gramaticais são coisas totalmente diferentes e podes
verificar isso aqui – e para as
contares deves conhecer as regras que estudaste na escola – vais encontra-las
no mesmo link citado acima.
Podes até estar a dizer algo do tipo «Basta
rimar, para quê ter tanto trabalho?», mas acredita em mim, a medida do verso
não existe para complicar a vida a ninguém, ela possui algumas funções
importantes e uma delas é para que o ritmo do poema flua naturalmente. Se os
versos possuírem tamanhos diferentes, principalmente se forem muito desiguais,
acredita, não haverá um ritmo natural.
- Cuidado com a sonoridade do poema.
Sonoridade, o som do poema… Algo
imprescindível na poesia, já que o poema é para ser recitado, e não
simplesmente lido! É através do som que o poeta é capaz de passar ao leitor os
seus pensamentos e emoções, e às vezes o poema é tão bom que parece que ouvimos
o chorar ou o bater do coração do poeta. Tudo isto tem um responsável, o som do
poema.
Quando estiveres a criar o teu poema tenta
compreender e imaginar como é que o som irá ficar. A linguagem utilizada e o
som das palavras devem fundir-se e criar uma imagem e/ou um sentimento no
leitor. Algo tão incrível quanto isso!
- Diverte-te com as palavras do poema.
A arte não segue regras, segue instinto, amor
e principalmente, a verdadeira essência do artista. Quando estiveres a escrever
o teu poema, brinca com as palavras, ou seja, diverte-te a fazer jogos com
elas, e quando falo de jogos, falo em repetir sons, algumas letras dentro de duas
ou mais palavras e tudo mais que te lembrares. A escrita não é e nem deve ser
uma tortura, e sim o resultado da soma do divertimento com a paixão por ela. Conheces
aquela lengalenga do rato? É mais ou menos isso – “O rato roeu a rolha da
garrafa do rei da Rússia (…)”.
- Lê o poema em voz alta.
Depois de escreveres o teu poema, começa a
parte mais importante da sua criação, a revisão. Aconselho-te a ler o poema em
voz alta, de forma a apontares trechos estranhos ou palavras que te soem inadequadas
ao conceito do poema ou que precisam de ser eliminadas. O ritmo do poema deve
ser deixado para depois.
Podes também ler o poema para outras pessoas
e perguntar-lhes o que acharam – lembra-te, a opinião dos outros pode ser
levada em conta sempre que quiseres, mas o poema é teu e tu é que sabes.
- Se possível, participa de grupos de escrita criativa.
Às vezes pode parecer impossível, mas
acredita que não o é, pois com o avanço das tecnologias só não participa quem
não quer. No facebook encontrarás
muitos grupos ligados à escrita criativa, e uns só para a poesia. Num grupo
destes conseguirás tirar as tuas dúvidas, dividir opiniões e vivencias e até
ajudar outros escritores como tu, que precisam de uma pequena ajuda. Sê humilde
e respeita as opiniões dos outros, e mesmo que sejam negativas, tenta ver o
lado positivo delas, pois são elas que nos ajudam a ver os nossos erros e a
crescer como escritores.
- Verifica o teu poema.
Depois de leres e releres o teu poema, e
receberes algumas opiniões construtivas de outras pessoas, é hora de fazer uma
outra revisão, uma mais minuciosa e completa. Não hesites em cortar aquilo que
estiver a mais ou que não fará qualquer falta, trocar palavras ou expressões
mal escolhidas ou que pareçam confusas ao conceito do poema, rever a
concordância do texto, o ritmo e se o tema e o objetivo vão de encontro com o
que anteriormente delineaste.
- Foge das regras fixas (extra).
Por mais divertido que seja em criar um poema
com rima e métrica, pode ser que mais tarde aches um pouco monótono, por ser
sempre a mesma coisa. Não faz mal nenhum fugir um pouco destas regras… Somos seres
humanos e muitas vezes criamos uma obra tão rotineira que nem nos apercebemos. Um bom poema é aquele que segue o nosso
objetivo, transmitindo a nossa mensagem ao mundo de forma única e original,
onde nunca poderia ser passada de uma outra maneira – sim, isto é um pouco
difícil, mas não custa nada tentar.
A poesia é um mar sem fundo, onde todos os anos se
descobre algo novo.
Bem, por
hoje é tudo.
Espero
ter-te ajudado de alguma forma. 😉
Se
tiveres alguma dúvida deixa-a nos comentários.
Um abraço
e até à próxima.
Borboleta
Voadora
😊😊😊
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