“Como escrever um poema?”
Acredito
que tenhas pensado “Finalmente”, mas tenho a certeza que compreendes a razão
de eu ter explicado tudo antes de chegar finalmente
a este ponto – o ponto principal de todo aquele trabalho em explicar cada
elemento que compõe o poema.
A verdade
é que agora irá ser mais fácil de escrever um poema, pois se acreditavas que na
poesia moderna, aquela em que a rima e a métrica já não são muito utilizadas,
tudo isso não era necessário, tenho de te informar que estas enganado(a).
Os
elementos que compõem o poema não sumiram totalmente, pois a arte continua lá,
mesmo sem a rima e a medida do verso. O ritmo é um dos elementos que se manteve
ao longo do tempo, e digo-te já que não é só na poesia – o ritmo é utilizado
também na escrita em prosa.
Mas este assunto fica para outra altura… 😏 📖
Mas este assunto fica para outra altura… 😏 📖
Então?
Queres escrever um poema? Ou acreditas não ser capaz de escrever algo tão
grandioso? Pois digo-te que em cada um de nós existe um poeta, e tudo o que tens
de fazer é traze-lo para fora e escrever. Mas se acreditas que não consegues,
que não és capaz de escrever um poema ou qualquer outro texto, deixa-me dar-te
uma luz – todos nós somos capazes de escrever, mas claro, tudo depende da nossa
força de vontade e do nosso amor à escrita.
Pensa um
pouco: qual foi a coisa que fizeste lá no teu passado e que na altura
acreditavas não ser possível? Já sabes? Ótimo! Pois quero que acredites em ti,
essa é a chave para o sucesso. E mesmo que não venha a ficar perfeito, não te
preocupes. O primeiro nunca fica, acredita em mim…
Mas vamos
seguir em frente – hoje vou dar-te algumas dicas para escreveres o teu poema e
principalmente, para acreditares em ti! 🔑
- Acredita que és capaz.
Sim, eu sei. Ainda agora disse isto e deves
estar a pensar que estou a ser repetitiva, mas para tudo o que fazemos é
preciso acreditar, seja para escrever um poema, um conto, uma novela, um
romance – tudo depende simplesmente de ti.
- Entende o que é prosa e o que é poesia.
Outro passo simples, no entanto, fundamental.
A prosa é uma coisa e a poesia é outra. São diferentes e é importantíssimo que
compreendas isso. Podes encontrar a sua distinção aqui.
- Encontra a tua própria poesia.
Agora que já sabes distinguir a prosa da
poesia, deves encontrar a tua própria poesia, e de certeza que não será
difícil. Tudo o que tens de fazer é encontrar o teu verdadeiro eu e
expressa-lo.
- Escrever todos os dias.
Não! Se estás a pensar que deves escrever
poemas todos os dias, isso é um equívoco. Eu não disse nada disso! Mas então, o
que quero dizer? Simples, deves praticar a tua escrita para aprimora-la. Não te
esqueças, o poema é uma obra de arte e nada se consegue sem prática.
- Mantem um bloco de notas sempre à mão.
Nunca se sabe quando as ideias vão surgir e
por isso, não deixes de as apontar, ou vais acabar por esquece-las. Alguns
versos ou poemas podem surgir na mente do poeta instantaneamente… Deves
aponta-los, pois mesmo que tenhas uma boa memória, alguns detalhes podem
fugir-te, detalhes esses que podem fazer a maior das diferenças.
- Procura a tua própria inspiração.
Sai de casa e faz um passeio ao ar livre: no
meio da Natureza costuma surgir boas inspirações para a poesia, ou então,
observa as pessoas que estão ao teu lado, e não só as pessoas, os edifícios, os
animais, um monumento, uma imagem, um livro, tudo pode tornar-se inspiração, é
só procura-la!
- Lê poemas.
Sim, algo tão natural… Se queres escrever um
conto, deves ler contos, se queres escrever um romance, deves ler romances, e
com a poesia não será diferente. Para escrever um poema, deves ler poemas, e
especialmente os clássicos. Aprenderás muito com eles. Aconselho-te Luís Vaz de
Camões, ele é incrível!
- Escolhe o teu tema e a tua mensagem.
Temas não faltam por ai, são múltiplos os
assuntos que podes abordar no teu poema (amor, amizade, liberdade, traição,
morte, medo, etc.). Mas deves ter em conta alguns aspetos importantes – concentra-te
no concreto, ou seja, em algo palpável e evita as palavras difíceis, pois se
queres que o teu leitor te entenda, não vale a pena escrever palavras dessas só
para mostrares que és culto – ele abandonar-te-á.
- Evita os clichés (ou renova-os).
Vamos lá pensar… Para quê repetir expressões
já utilizadas pelos outros poetas? “O
amor é…” – Para quê repetir? Ser original vai ajudar-te a evoluir e principalmente,
a conquistar os teus leitores. As expressões podem sempre ser reinventadas, por
mais difícil que possa parecer. Lembra-te, tu tens a tua voz nos teus textos e
nunca haverá outra igual no mundo. Tudo o que precisas são de palavras e
expressões novas, mas podes expressar-te como quiseres, és livre! Mas… Mais
vale um fraco original do que uma boa cópia!
- Estimula os sentidos e as emoções dos teus leitores, mas não exageres!
Estranho, mas a frase diz tudo por si
própria. O poema é uma das várias maneiras que nós temos para expressar os
nossos sentimentos, e a melhor maneira de o fazer é através dos cinco sentidos –
visão, audição, tato, paladar e olfato, e também através da nossa intuição
natural. Em cada uma das tuas palavras poderás
utilizar os cinco sentidos para expressar as tuas emoções, ou vice-versa, como
o medo, o ódio, a alegria, a tristeza, tudo o que desejares, mas não exageres,
podes comprometer a tua obra ao cansares ou desiludires o leitor.
- Evita o óbvio e o abstrato.
Quando começares a escrever o teu poema tem
atenção às palavras que escolhes – deves optar por palavras concretas que fogem
do óbvio. Quanto mais concreto o teu poema for, mais fácil será a sua
compreensão. Existem palavras que possuem vários significados e são essas que
deves evitar, e o mesmo acontece com as palavras e expressões óbvias, que podem
tornar o teu poema medíocre e simples. Qualquer um sabe que o mar é azul e
dizer isso diretamente no teu poema não irá ajudar-te – a utilização das
figuras de estilo, neste caso, irão favorecer-te!
- Utiliza as figuras de estilo.
De certeza que as figuras de estilo não são
uma novidade para ti, já que as estudaste na escola. Aprendeste várias, como a
comparação, a personificação e a metáfora, as mais utilizadas na poesia. Elas
ajudar-te-ão a enriquecer o teu poema, tornando-o menos óbvio e abstrato, como
também irá fazer com que o teu leitor pense e reflita mais favoravelmente sobre
o tema e a forma como o abordaste.
- Escolhe bem as tuas palavras.
A poesia possui uma linguagem misteriosa onde
as palavras soam como música ao nosso ouvido e isto acontece por causa da
utilização correta das palavras. O teu poema pode ter o tamanho que quiseres,
mas deves ter em conta que as palavras usadas na poesia passam uma grande
avaliação por parte do poeta, pois possuem um objetivo – transmitir as suas
emoções. As palavras podem possuir vários significados e por isso, não hesites
em cortar tudo aquilo que estiver a mais ou no lugar errado.
- Vê o mundo de uma outra maneira.
Não, não é o que estás a pensar! Não estou a
dizer que deves deixar de acreditar e de ver as coisas como as costumas ver… Apenas
acredito que se enxergares as coisas de uma outra forma vais desenvolver melhor
o teu pensamento critico e possuir uma visão única do mundo que te rodeia. Algo
interessante, não?
- Escolhe a tua própria forma poética.
Sim, escolher o teu estilo de poema é uma tarefa que pode
tornar-se difícil se não sabes do que estou a falar. Nas minhas publicações
anteriores falei de várias formas poéticas – deixarei os links no final da
publicação. Podes escolher entre escrever um soneto, um poema livre, com versos
livres, ou dísticos, quadras, etc. Isto vai ajudar-te a caminhar por um caminho
e chegar onde tencionas chegar.
Então, as
minhas dicas ajudaram-te?
Espero
que sim…
Saber
sobre o poema aqui.
Saber
sobre o soneto aqui.
Saber
sobre a epopeia aqui.
Saber
sobre o número de estrofes aqui.
Como
pudeste reparar logo no início, haverá uma segunda parte desta publicação com
mais algumas dicas – dicas especialmente ligadas ao poema com rima e métrica, e
também para te ajudar a finalizar o poema.
Espero
que estas primeiras dicas te tenham ajudado de alguma forma.
Vejo-te
em breve… 😉
Um abraço
e até à próxima.
Borboleta
Voadora
😊😊😊
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