sábado, junho 30

A Rima do Poema




Hoje vou falar da rima, um assunto que nos últimos tempos tem causado algumas controversas, pois existe quem agora prefira escrever poemas sem a rima, no entanto, pelo menos para mim, um poema sem rima não é um poema e sim um texto escrito com a estrutura do poema (vale lembrar que esta é a minha opinião pessoal sobre o assunto).

Então vamos lá! 😉😋😉

A rima é um recurso sonoro utilizado na poesia para proporcionar sonoridade, ritmo e musicalidade. Ela surge nos versos que compõem a estrofe, através de sons repetidos ou em sons muito semelhantes nas palavras ou nas sílabas das mesmas. Os versos que não possuem rima chamam-se versos brancos ou versos soltos. Um bom e conhecido exemplo encontra-se na composição poética “Poema em Linha Reta” de Fernando Pessoa, assinado com o seu heterónimo Álvaro de Campos.

A rima possui várias classificações: quanto à sua posição no verso, quanto à sua posição na estrofe, quanto à sua fonética, quanto à sua acentuação e quanto ao seu valor.

Na sua posição no verso, a rima pode ser interna, que ocorre quando a rima se encontra no meio do verso e externa, que ocorre quando a rima surge no final do verso. A rima externa, também chamada de rima final, é a rima mais usada até hoje.

Na sua posição na estrofe, a rima pode ser:
  • Cruzada (a b a b) – quando a rima ocorre entre versos pares e versos ímpares, ou seja, o primeiro verso rima com o terceiro e o segundo rima com o quarto verso;
  • Interpolada (a b b a) – quando dois versos que rimam estão separados por dois ou mais versos, ou seja, quando a rima ocorre entre o primeiro e o quarto verso e entre o segundo e terceiro verso;
  • Emparelhadas (a a b b) – quando rimam duas a duas, ou seja, a rima ocorre entre o primeiro e o segundo verso e entre o terceiro e o quarto verso;
  • Encadeada – quando a rima ocorre entre a palavra final de um verso e uma que se encontra no meio do verso seguinte;
  • Mista – quando a rima pode ser encontrada em vários momentos do poema, sem existir um padrão de posição.

Quanto à sua fonética, a rima pode ser perfeita (ou consoante), que ocorre quando a correspondência entre os sons da rima são perfeitos (ex: tormento – firmamento, imagem – miragem) e imperfeita (ou toante), que ocorre quando a correspondência entre os sons da rima são apenas parciais, nas suas respetivas vogais (ex: desfecho – deixo, cometi – esqueci).

Quanto à sua acentuação, a rima pode ser:
  • Aguda, quando a rima ocorre entre palavras monossílabas (em palavras que possuem apenas uma sílaba – ex: fé, sul, ler, pá, ver, etc.);
  • Grave, quando a rima ocorre entre palavras paroxítonas (em palavras com o acento tónico na penúltima sílaba – ex: rum, pis, egoísta, cais, escie, etc.);
  • Esdrúxula, quando a rima ocorre entre palavras proparoxítonas (em palavras com o acento tónico na antepenúltima sílaba – ex: último, álibi, sica, sonâmbulo, andoto, sica, etc.).

Por fim, quanto ao seu valor, a rima pode ser:
  • Pobre, quando as palavras que possuem a rima pertencem à mesma classe gramatical (ex: amar – saltar);
  • Rica, quando as palavras que possuem a rima pertencem a classes gramaticais diferentes (ex: amigo – contigo);
  • Preciosa, quando a rima acontece entre palavras de difíceis combinações sonoras (ex: amadurece – s);

Tal como disse anteriormente, a rima não é obrigatória num poema e hoje em dia, cada vez mais, verifica-se a sua falta, mas um poema não fica mais bonito com rima?
Deixa a tua resposta nos comentários.


Um abraço e até à próxima.


Borboleta Voadora
😊😊😊

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